27 de agosto de 2007

Ponte dos Arcos II

Mais um passeio espetacular com direito a várias emoções, como atravessar um rio pedalando, fugir do trem, fugir de touro bravo e poeira, muita poeira.

No último sábado (25-08-07) fomos mais uma vez para a Ponte dos Arcos. Eu, Angela, Jonatan, Rubiane, Eurico e Fernando.

Saí de casa 05:45h, passei no posto para calibrar os pneus e segui até a Praça do Japão pra ver se havia algum corajoso para me acompanhar, como já esperava ninguem apareceu, sendo assim, desci até o Parque Barigüi e peguei a conhecida BR-277, entrei na estrada 06:20h, 01 hora depois já estava no posto de gasolina no pé da serra tomando meu café da manhâ, a partir dali comecei a subir a serra de São Luiz do Purunã, aproveitando o belo visual do lugar, os quilometros passaram rapidamente até que cheguei ao túnel furado, parada rápida para uma foto e esperar o grande fluxo de caminhões e carros passarem pelo estreito túnel. Até o pedágio foi um pulo, cheguei na casinha de café 08:20h, descontando as paradas, fiz os 50km de casa até o pedágio em 01:40h, fiz uma média de aproximadamente 29km/h.

Fiquei esperando pelo pessoal que vinha de carro de Curitiba. Não demorou e chegaram, todos animados e ansiosos para por as bicicletas na estradinha de terra. Foi o "batismo" da Angela e da Rubiane em estrada de chão.

Bicicletas montadas, carro fechado e esperamos o Fernando, amigo do Jonatan, chegar. Logo que ele chegou iniciamos nosso passeio. Descemos pela estradinha de terra que vai para a Fazenda Thalia e para o Aeroclube. No início enfrentamos muito cascalho na estrada devido ao grande fluxo de caminhões. Mas logo a estrada melhorou e fomos presenteados com belas paisagens. Passamos pela Fazenda Thalia, pelo final (ou seria o começo?) da pista do aeroclube, várias fazendas conservadas com muito capricho até que chegamos na bifurcação onde pegamos um desvio para chegar até a estrada que nos leva a ponte. O desvio começou com uma super descida que acabou no leito de um pequeno rio.
Não havia outra maneira de atravessarmos o rio senão pela água, Seu Eurico foi o primeiro a atravessar e nos mostrou sua habilidade em não se molhar, todos os outros foram tentar de maneira diferente e acabaram molhados. Angela e Rubiane tiveram a melhor idéia, tiraram seus calçados e atravessaram caminhando.
Mas como nem tudo é festa, enfrentamos uma super subida. Como antes foi uma super descida, lógicamente a subida seria super.
Minutos e minutos após vencermos a primeira etapa da subida, cruzamos com alguns cavaleiros, passamos por uma cachoeira seca e teve mais uma etapa subindo. No final da subida chegamos na bifurcação da estrada principal para a ponte.
Paradinha rápida para beber água, comer, jogar conversa fora e vamos pedalar, agora até a ponte seria fácil, muitas descidas, poucas subidas.

Com o clima seco, formaram-se vários "bancos" de areia e cascalho pela estrada, em uma longa descida, pegamos um longo banco, e nesse local a Angela "brigou" com a bicicleta levou a pior, acabou com a bicicleta de um lado e ela do outro, no chão, com o joelho e braço machucados. Apesar do susto, começamos a rir, inclusive ela.
Graças ao Jonatan e sua mini-farmácia ambulante limpamos o local da batida, e fizemos um curativo. Tudo resolvido continuamos nosso caminho, chegamos na ponte logo em seguida ao meio-dia.

Estava muito quente e não tinha sombra no local, como na última vez em que estivemos lá descobrimos um local com sombra do outro lado da ponte, resolvemos atravessar ela para almoçar na sombra. Esperamos alguns minutos esperando por um provável trem, como não apareceu nenhum, começamos a travessia.

585 metros depois chegamos no outro lado e começamos a subir para o local do almoço. Mal chegamos e ouvimos a buzina do trem, todos foram para perto da ponte ver o trem e vimos que Seu Eurico ainda estava na ponte, a reação na hora foi gritar: "CORREEEEEEEEEE" e ele conseguiu chegar a tempo.

O trem passou como um foguete, nunca vi um trem tão rápido, devia estar vazio e tinha poucos vagões, as meninas se assustaram e resolveram que não queriam voltar pela ponte novamente.
Almoçamos com muita calma, descansamos e fomos adiante atrás de uma bifurcação para descer até o rio e atravessar o mesmo. Seu Eurico resolveu ficar por ali e voltaria pela ponte mesmo.

Caminhamos alguns metros pela linha do trem e finalmente chegamos na bifurcação. Atravessamos duas porterias e continuamos seguindo pelo pasto em paralelo a cerca. O Fernando achou que deviamos mudar a direção e seguimos agora pelo meio do pasto. Eis que surge logo adiante um monstro de um touro com cara de poucos amigos e resolve brincar de pega-pega com a gente. Nossa reação foi unânime, todos fizeram a volta e "perna pra que te quero" até a cerca novamente. Mesmo cansada e com o joelho machucado, a Angela foi a primeira a chegar na cerca. Medo do pequenino touro será? Enfim, rodamos um bom trecho pelo pasto até chegarmos a conclusão que não poderiamos descer até o rio por ali e que o jeito seria atravessar pela ponte.

Valeu pela vista que tivemos da ponte, pegamos ela de lado, e avistamos Seu Eurico já do outro lado. Ele começou a voltar sem a bicicleta para ajudar o pessoal a atravessar novamente. Enquanto ele caminhava em nossa direção, nós desciamos por um barranco até chegar na linha do trem novamente. Quando estavamos quase chegando na linha, ouvimos a buzina de outro trem. E o Seu Eurico? Estava na metade da ponte, e quando viu o trem começou a correr, todos ficaram aflitos, mas por sorte ele conseguiu chegar a um refúgio e pode esperar o trem passar dali mesmo. Quando o trem passou ele voltou a caminhar, para nosso alivio estava bem, apesar do susto.

Cada um pegou sua bicicleta e iniciamos a travessia de volta. Bem rápido, diga-se de passagem. Deu tempo de chegar no outro lado e apareceu outro trem.

Ficamos por ali descansando e então começamos a pedalar de volta para o carro. Como o pessoal estava cansado, resolvemos que a maioria ficaria na cachoeira do alemão, local bem próximo de onde estávamos, o Jonatan e o Fernando seguiram até o carro, voltando em seguida para nos "resgatar". E assim foi, eles seguiram a estrada e nós entramos por outra em direção até a tal cachoeira, na verdade a cachoeira não era por onde entrávamos. A estradinha acabou dentro de um sítio, onde teriamos que pegar uma chave e voltar até a ponte para entrar na cachoeira. Resolvemos ficar por ali, e aproveitamos para comprar um refrigerante bem gelado, reabastecer as mochilas e garrafas com água. Além de comer um super x-salada com alfaces colhidas na mesma hora na horta próxima.

Nem preciso dizer que foi o melhor x-salada que já comi. No capricho mesmo. Da outra vez foi o pastel em Palmeira, agora o x-salada no meio do nada. Conversamos com a moradora do sitio e ela nos indicou o caminho para a cachoeira a partir dali, segundo ela eram apenas 500m. Na verdade foram quase 2km para chegar apenas no rio que acaba na cachoeira, como estávamos cansados, ficamos no riozinho e aproveitamos para nos lavar. Até chegar no rio, passamos por muitas vacas, inclusive foram elas que nos expulsaram do rio poque queriam beber água. Mas foi uma expulsão educada, elas pararam próximas ao rio e ficaram esperando a gente sair dali. E era isso mesmo, foi só a gente sair da água que elas foram até lá para matar a sede.

Voltamos até o sítio, pedi mais um x-salada e ficamos conversando com o dono do local que dizia viver da venda do leite e do turismo da cachoeira. O Jonatan chegou, embarcamos as bicicletas, entramos no carro e quando estavamos saindo percebemos que minha mochila estava sendo esquecida. Depois disso foi só enfrentar os 17km de estrada de terra e os 50km de asfalto até Curitiba.

No total pedalei 82km, o Jonatan e o Fernando 50km, e a Angela, Rubiane e Eurico 32km. Foi um dia que vai estar em nossa memória para sempre.



Leandro

8 comentários:

Anônimo disse...

agora lembrando foi legal, mas eu fiquei tao exausta... mainha nossa...
hoje é terça-feira e meu braço ainda doi...
no video parece que o trem passoiu mais devagar, mas ele passou muito rapido! foi assustador..
mas o pior susto foi o do seu eurico safenado 4X deitado no refugio esperando o trem passar, vixi nossa, que cagaço! desculpem pelo vocabulário.
:)
quero fazer montanha meio logo, mas este final de semana eu quero mais é descançar!

Anônimo disse...

Leandro, muito legal! Não pude ir, pelo adiantado da hora. Vê se da próxima vez você sai mais tarde...
Aquele subidão, depois do rio, eu já fiz. Parece que não vai acabar nunca. E vocês, tomem mais cuidado com os trens!

Leandro Tagliari disse...

Qualquer hora vou pra lá novamente com o João, dai saimos mais tarde pra voce poder ir tbm :-)

Unknown disse...

adoramos o lugar, a boa cia. e a quase assustadora aventura... as fotos também ficaram legais, o touro estava bravo, a poeira grudenta, o "perfume" de chiqueiro na estrada fazia arder o nariz, mas o importante foi voltar pra casa com ótimas lembranças... até a próxima...

JOPS & RUBI

Luis Peters disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

e ai leandro, muito massa seu blog e suas pedaladas, sempre acompanho seus depoimentos, minha bike que ja estava de folga a quase dois anos atè que enfim saiu da garagem e a partir de sabado estaremos de volta na estrada, parabens pelo seu blog, rogerio borato, rogerioborato@hotmail.com , um abraço

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog, muito legal. Gostaria de sujerir que sejam descritos com mais detalhes um "como chegar" nos locais visitados, assim incentivaria muito mais a visita nessas belas paisagens. Continue assim. jeep1960[arroba]terra[p]com[p]br

Leandro Tagliari disse...

Valeu! Sugestão anotada.